sábado, setembro 16, 2006

CRÍTICAS: JUSTIN TIMBERLAKE - FUTURESEX/LOVESOUNDS























por Rodrigo James

(programaaltofalante.uol.com.br)

Onde está escrito que um ex-integrante de uma boy band não pode ter bom gosto musical e evoluir musicalmente? Não que o trabalho que Justin Timberlake fez com o N’Sync seja de todo descartável. Espremendo a laranja dá pra tirar algumas boas canções, como a emblemática “Pop”, mas é óbvio que a coisa ali se pautava muito na imagem e na adoração dos cinco membros do grupo pelas adolescentes histéricas. A fórmula de uma boy band sendo repetida mais uma vez e – mais uma vez – com um sucesso absurdo.

Mas eis que Justin Timberlake lança seu primeiro álbum solo em 2002. “Justified” já prenunciava um Justin mais maduro, fazendo músicas para as massas, porém já colocando seu bom gosto musical pra fora. Canções como “Señorita”, “Like I Love You” (produzida pelos midas da música pop americana contemporânea, os Neptunes) e a baladona “Cry Me a River” não atraíram tanta a atenção dos críticos simplesmente porque estavam estouradas na MTV, nas rádios e Justin parecia trilhar ali o mesmo caminho pop adolescente inconseqüente adolescente do passado. Ledo engano. Olhando para trás, é nítida a evolução musical de Mr. Timberlake e sua subida de categoria. De pop inconseqüente adolescente para pop de bom gosto.

E eis que 2006 chega, e com ele “Future Sex/Love Sounds”, segundo trabalho solo de Justin Timberlake e um álbum que pode tranquilamente ser descrito como “impressionante”. A evolução do som do garoto (mais uma vez auxiliado por Neptunes, Timbaland, Rick Rubin e outros pica-grossas do pop americano) é mais do que evidente e o primeiro single não nos deixa mentir. “Sexyback” tem ecos de electro-rock e as primeiras audições enganaram todo mundo. Um alemão filhote de Peaches? Um dj inglês fazendo pop americano? Um pássaro? Um avião? Nada disso. Era simplesmente o bom e velho (nem tão velho assim) Justin fazendo música. A audição de “Future Sex/Love Sounds” na íntegra impressiona ainda mais porque ao que parece é um disco até difícil. Os hits não são tão evidentes assim. Talvez “My Love ft T.I.” seja um deles e “Damn Girl ft. will i. am” outro, mas num geral o disco está bem mais para “Black Álbum” e “Dangerous”, do que “Purple Rain” e “Thriller”, se levarmos em conta que a comparação com Prince e Michael Jackson é válida.

Aliás, a comparação não só é válida como não é em vão. Justin Timberlake é uma espécie de herdeiro musical para o bem de Prince e Michael Jackson. Indo um pouco além, podemos dizer que esta linhagem do novo pop, encabeçada por ele e por Robbie Williams (outro ex-boy band, não por acaso) está para os dias de hoje assim como Prince, Jackson, Madonna e tantos outros estiveram para o pop da década de 80. Guardadas as devidas proporções, é claro. Mas isso em nada desmerece os trabalhos de uns nem supervaloriza os de outros. Apenas deixa as coisas mais claras e coloca Justin no lugar que ele merece: no topo do panteão Pop.

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por Marcio Teixeira de Mello (almanaquevirtual.com.br)


Mais uma vez o tema é “artista originalmente mal orientado que passos adiante se redime sinistramente”. É isso. Justin Timberlake, o cara do N´Sync, em seu primeiro disco já mostrou que era um artista real, capaz de produzir muita coisa interessante, e em diversas direções. É claro que uma produção das boas ajuda, e muito, mas, ora, em que disco a produção não é boa parte do trabalho? Pois em Futuresex/Lovesounds o que se tem é uma série interminável de levadas acachapantes, arranjos soltos e músicas pop perfeitas que se espalham e se transformam. Muito legal mesmo. Se em Sexyback, o primeiro single, Timberlake já se instala em seu cérebro (o yeah dela é um vírus), saiba que o disco cria esse efeito por diversas vezes. Muitos potenciais hits, para variar.

Como exemplo emblemático, Love Stoned começa lembrando Rock Your Body e seu refrão é abissal, com camadas e mais camadas sonoras que criam um ambiente de noite tão dançante quanto perdida. No final ela já começa a se transformar em I Think She Knows, que tem início oficial em uma guitarra que poderia ter aberto By The Way, dos Chili Peppers. Violoncelos reais. Beatbox sem displicência. Bateria quebrada. O cara canta pra cacete e seu som está longe de ser algo vazio ou descartável. Honestamente. A faixa termina sete minutos e vinte e quatro segundos depois de ter início e deixa você feliz por Michael Jackson ter sido bem compreendido.

Outro exemplo: Until The End Of Time parece algo dos anos oitenta, tipo artista de r&b em decadência, naquele clima meio cafônico, mulletesco, de som de motel, mas no refrão você vê que se trata de mais uma música perfeita do cara. Incrível como algo do tipo acontece. É como se o Wando fosse, ao mesmo tempo, o Stevie Wonder. Depois você percebe que ele nunca foi o Wando. Era você quem estava ouvindo rock demais.

Fica claro que Timberlake segue amadurecendo e que as asas vão crescendo. O disco é extremamente coeso, sendo vibrante e escuro na medida certa. E variado. Do funkadeliquismo de Sexy Ladies à delicadeza torta de My Love, do clima dos setenta da bateria e órgão de Damn Girl (com will.i.am do Black Eyed Peas) à melodia e vozes absurdas de Summer Love, tudo é contagiante e legal. Disco que deve ser comprado de olhos fechados.

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# Eu sou suspeito, logo, preferi colocar duas críticas que de uma forma geral expressam o que jornalistas no mundo todo têm falado sobre esse álbum.


5 comentários:

Pitanga disse...

Oi Hugo, aqui é a Fernanda do show do JCullum, tudo bem? Ví o link pro seu blog e resolvi passar e dar uma olhada, gostei mt dele!
E poxa, vou te dizer que depois dessas 2 críticas fiquei até na pilha de ouvir o álbum do Justin inteiro, Sexyback é uma daquelas músicas "meio estranha no começo" que vc começa a ouvir na sua cabeça toda hora, sabe? E as do outro cd eu só conheço os hits, mas gosto deles tb...
Bom, vou indo, bjs.

PS: vc tá sabendo do encontro do povo da comunidade?

Anônimo disse...

Será que a crítica gostou do álbum novo do Justin?!?! Hahaha.
O cara tá podendo. Tô com vc Hugo. Tb achoo cara muito foda!
E seu blog e opniões musicais tb são show man.
Abraço

Anônimo disse...

Ó o meu texto ali!!

Valeu, Hugo. O disco é mesmo absurdo.

Luis Eduardo disse...

Ouvindo o disco!

Luis Eduardo disse...

Ouvindo o disco!

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