segunda-feira, março 24, 2008

Trouble!


Como toda rainha que bem sabe a posição de sua majestade, Madonna sempre soube reconhecer seus súditos. Foi assim quando estampou Kylie e Britney em suas camisetas, publicamente. E ela faz o mesmo com seus produtores. Transforma o trabalho deles em algo genuinamente seu, autoral, pop, fácil e renovador, tudo ao mesmo tempo. Não é novidade pra ninguém que seus discos contem sempre com a produção minimalista de diversas tarimbadas figuras "fazedoras de música". Pois bem, dessa vez Madonna escolheu como figura principal para assinar sua produção ninguém menos que o maior produtor musical da atualidade, goste você ou não, Mr. Timmy-timmy-timbo, Timbaland e junto a ele seu pupílo, ao qual muitos insistem coroar como "O novo rei do pop", Justin Timberlake. Ao último Madonna designou a função de co-produzir, co-escrever e, obviamente, cantar no intitulado "Hard Candy", seu 11º álbum depois do excelente e aclamado "Confessions on the Dancefloor".

A grande pergunta aquí é,
Por que Justin e Timbaland? Justin e Timbaland são um para o outro o que Michael foi para Quincy e vice-versa. Sem esse papo de re-invetar (até mesmo porque a própria Madonna ja vestiu essa camisa, daí não vale), mas ambos inauguraram um novo pop mainstream musicalmente interessante, como Michael, Quincy e a própria Madonna em tempos áureos. Falando em Michael, é sem ele que Madonna vem esse tempo todo reinando. Uma Rainha coroada, mas abandonada pelo seu Rei que entrou na maior bad trip de todos os tempos e despencou do trono pra nunca mais voltar (vale reforçar que Madonna e Michael são brigados há anos). "Confessions On a Dancefloor" já bombava, resgatando e renovando a disco music, quando a capa de "Futuresex/Lovesounds" destruia o globo espelhado da disco proposta por Madonna e propunha uma nova música feita pra chacoalhar. E ela entendeu o recado. Por isso Justin e Timbaland. Ambos representam o service-pack completo pra Madonna dar mais um passo e nos presentear mais uma vez com algo matador, certeiro. Ela tem fama de durona e de exigente, mas sabe como ninguém reconhecer um bom trabalho e, de uma forma até meio espertalhuda, covenhamos, os recebe como súditos se apropriando deles. E a gente sempre acha um máximo. "4 minutes to save the world" inaugura essa parceria à altura, destruidora, sintética, visceral, pancadona, enxuta, épica! As cornetas anunciam a chegada dos novos reis, do pop.(#)

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