Não cai bem abusar da metáfora e dizer que M.I.A (sigla para o termo militar missing in action) é uma tsunami tomando de assalto a música pop. Afinal, Mathangi Arulpragasan tem ascendência cingalesa (seus pais são do Sri Lanka) e tinha ido visitar os parentes no fim de 2004, exatamente quando a série de ondas gigantes passou por cima de boa parte da Ásia. Durante alguns dias, como tantas outras pessoas que estavam na região, M.I.A - a MC/rapper que virou elemento de culto em 2004 - ficou sem comunicação com o resto do mundo. O mesmo mundo que, todos apostavam, estaria aos seus pés em 2005. Felizmente, ao menos para ela, aquilo foi só um susto. M.I.A tinha um outro curso a seguir e outros mares a navegar.
Capa da revista americana Urb, destaque no jornal inglês New Musical Express, presença constante na programação da rádio BBC e em festivais pela América e Europa, M.I.A viu sua carreira decolar de uma forma que jamais poderia pensar. Afinal, sua infância e parte da adolescência foram passadas em constante migração, entre a Inglaterra (onde nasceu), o Sri Lanka e a Índia. Longe do estereótipo da all american girl, representado até a medula por Britney Spears, M.I.A é o retrato perfeito de um novo artista, capaz de romper a frágil barreira do que já foi chamado de world music. Num mundo globalizado, para o bem ou para o mal, essa inglesa de pele morena poderia ser um alvo em potencial para a Scotland Yard em sua desastrada caça a terroristas. Mas a única coisa que M.I.A ameaça explodir é a mesmice das paradas de sucesso.
Menina viu amigos e parentes morrerem por causa de conflitos políticos no Sri Lanka, enquanto o pai, um militante de uma facção separatista no país, se embrenhava selva adentro em busca de esconderijo. Adolescente, já morando novamente em Londres, estudou artes e chegou a trabalhar com o grupo Elastica, fazendo capas e cartazes. Quando foi apresentada a uma bateria eletrônica pela igualmente incendiária Peaches, M.I.A viu a oportunidade de fazer justiça com as próprias rimas.
Não deu outra. Seu primeiro trabalho foi a mixtape Piracy Funds Terrorism Volume 1, produzida pelo companheiro Diplo. Distribuído de forma independente, gratuita e disponível pela internet, o disco mostrava um feroz mix de ragga, rap, bhangra e funk carioca. Esse mesmo recheio foi apurado no seu primeiro disco oficial, o incensado Arular, lançado no começo do ano. Denso, cru, virulento, politizado e dançante, puxado por hits como Galang e Bucky Done Gone (funk carioca), o disco é a cara de sua autora. A cara de uma nova ordem musical, situada ali entre o Primeiro e o Terceiro Mundo.
DISCOGRAFIA
Arular(Interscope Records, 2005)
Confesso, som loco esse! bom kra ...
M.I.A se apresenta dia 23/10 no Tim Festival aki no Rio, mas minha grana só deu pro do Strokes. Quem sabe...
3 comentários:
eu sei q mulher eh show, mas o ponto alto da reportagem e eu tb naum poderia deixae passar foram os conflitos no Sri Lanka!
Bjoks
é dela akele funk? acho engraçado!
Muitos Besos...
(Marque aí na sua agenda um dia para uma velha amiga ok?)
hahahah
Foi você que escreveu esse texto ou pegou de algum lugar? Irado. Tb curto muito música e sonho muito em trabalhar com isso um dia. Por enquanto vou levando a vida programando computadores.
Me amarro no seu blog e no flog tb.
Flw.
PS: M.I.A é foda mesmo!!
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